domingo, 3 de abril de 2011

Arte de Transformar...

2 Timóteo 2.20-21

Ora, numa grande casa, não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro; e uns, na verdade, para uso honroso, outros, porém, para uso desonroso.
Se, pois, alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e útil ao Senhor, preparado para toda boa obra.

As latas de lixo são meras latas de lixo aqui em casa, elas são depositárias de toda forma de bagulho. Esses bagulhos saem em grande maioria do nosso quarto (meu e da minha irmã), nunca vi alguém ter tanto papel pra jogar fora! E todos os dias acrescentamos mais munição na lixeira.
Já as colheres são de uso um pouco mais nobre.  Elas servem como bons mexedores de comida, raspadores de panelas sujas ou a função que considero mais especial, levar aquele doce maravilhoso chamado brigadeiro as nossas bocas, se bem que os dedos também podem fazer isso, mas a medida da colher... É grande, recalcada e sacudida! Perto da capacidade de armazenamento dos dedos hehehehe.
Já as latas de tinta ficam abandonadas lá naquele quarto de bagulho que meu pai construiu exatamente para essa função, guardar tudo que não se guarda em casa, uma porção de ferramentas, saco de cimento, bicicletas, madeira e latas de tinta vazias e inúteis. 
Inúteis? Será mesmo que são inúteis?
Bom até esse final de semana latões de lixo eram apenas latões de lixo. Colheres cumpriam apenas sua humilde função alimentar, e latas de tinta eram entulho no quartinho de meu pai.
 Mas algumas pessoas inspiradas não vêm essas coisas como eu as via. Como num estouro de criatividade, latões de lixo viraram tambores que soam em perfeita sincronia. Quando bem tocadas colheres podem ser excelentes instrumentos de batuque, e as latas de tinta podem ecoar um ótimo som estalado junto com o som grave do latão. E eu me vi de boca aberta, diante de um espetáculo em que a matéria prima não passava de um monte de coisas que eu não consideraria de modo algum honrosas.
Sabe? Eu pude notar que as coisas mais simples ou até mesmo desprezíveis como a pobre lata de lixo, que está fadada a guardar coisas que ninguém quer e que cheiram mal, podem ter um rumo bem diferente se colocadas nas mãos certas.
Alguma semelhança com você e eu? Eu penso que para Deus somos latas de lixo. Vocês devem estar pensando: Ah Juci porque você não nos compara com as colheres, ou então com as latas de tinta, elas são inúteis, mas pelo menos não são tão mal cheirosas. E eu digo: Lamento! Você e eu não passamos de imundas latas de lixo, cheias de todo tipo de coisa ruim, Ou você acha que a mentira deve cheirar como tutti-frutti para Deus? Será que a falta de amor cheira como hortelã? Sendo assim, será que cheiro tem o egoísmo? Cheiraria ele a essência de eucalipto?
Gente me desculpe, mas Deus detesta tanto nosso pecado quanto nós detestamos o cheiro de podre. E é por isso que Ele vem até você, vira o latão, tira todo lixo, e muda seu caminho o transformando em um vaso de honra. E onde antes habitava o desprezível, agora habita os Dons e talentos do Senhor.
Sabe? Realmente é pura graça que Ele ainda queira nos utilizar como reservatórios de seus bens preciosos. È muita graça colocar dentro de nós, ou dar o que Ele tem de mais precioso pra fazer de nós (suas lixeirinhas preferidas) um vaso de honra.
Agora compreendo o ministério Arte de Transformar como não havia compreendido antes, sei que a inspiração de mudar latões de lixo em tambores, colher em baquetas e latas de tinta em instrumentos de percussão, certamente partiram do mesmo Cara que teve a idéia de transformar vasos de barro em vasos de uso nobre.
Diante dessa maravilha toda, há uma ótima nova! Nós os seus filhos, todos nós! Faremos parte do espetáculo! Lá no céu junto com o autor e maestro, dessa orquestra de latão, colher e latas de tinta.   

Jucilene Montagna.