quinta-feira, 10 de março de 2011

Vasos quebrados...

A PALAVRA do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo: Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer" (Jeremias 18: 1- 4).

Nunca entrevistei um oleiro, ou qualquer outro profissional que trabalhe com coisas parecidas. Dessa forma, o que falo não pode ser dito com propriedade cientifica. Mas me parece um tanto justo achar que as coisas são da forma que colocarei. Não tenho a autoridade de uma pesquisadora, mas tenho algo um pouco diferente, a experiência de um vaso quebrado.
Eu sei!!! Se vocês não conhecessem sobre as coisas que Deus diz sobre vasos e oleiros talvez estivessem nesse exato momento desistindo da leitura, por achar que aquela que vos escreve não passa de mais uma maluca com um caso de esquizofrenia ou qualquer coisa assim.
Mas como dizia, não conheço nada do processo de fabricação de um vaso e o que sei, sei de forma rudimentar, apenas por conclusões retiradas de algumas leituras na bíblia em que o Senhor compara os vasos as pessoas e o oleiro ao autor da vida.
Bom o que sei é que de todas as coisas que se pode fazer com aquele barro mole, também são feitos vasos.  E esses vasos podem não dar certo. E às vezes eles precisam ser quebrados, se quiser o oleiro que ele ainda venha a ser algo útil.
E há uma parte desse processo que me instiga. Poderia ser a forma magnífica que o Oleiro conduz o trabalho e a destreza com que faz cada curva ou dobra. No entanto, quero que olhemos pra uma parte mais difícil do processo. O momento em que se faz necessário quebrar o vaso.
Não deve ser muito divertido para aquele que molda o vaso permitir que seja destruído. E com a propriedade de vaso que tenho, posso dizer não é agradável pro vaso ser quebrado. Mas pior do que ser quebrado é permanecer assim. Em pedaços. Um vaso quebrado não tem utilidade nenhuma e isso incomoda. Um vaso quebrado não pode fazer nada por si mesmo, como pessoas de 1,45 em piscinas de 1,65 sem saber nadar e isso incomoda. Um vaso quebrado tem toda sua fraqueza e mediocridade bem diante de si mesmo, e acreditem isso incomoda. Como incomoda eu dizer repetidas vezes que isso incomoda. 
 Nessas condições não ousamos mais ser nada, nem alguém. Resignamos-nos a condição de um monte de estilhaços de terra seca, esperando por redenção.  Pois compreendemos enfim que temos a mesma capacidade que um monte de barro. Somos “incrivelmente” capazes de esperar pelas mãos do oleiro
No entanto não tiremos apressadamente a beleza do momento. É como vasos quebrados que descobrimos do que somos feitos. É ainda dilacerado que entendemos que quando viermos a ser um vaso novamente, isso não será mérito nosso. É só como cacos que descobrimos a preciosidade de poder guardar os tesouros de Deus.
Quebrados e arrependidos. Não conheço tempo mais fértil pra uma boa ação em nosso caráter. Não conheço melhor tempo para acertar as arrestas e dobras que foram afetadas pelo pecado e orgulho. E confesso isso incomoda.
Mas em nome de Jesus que sejamos incomodados, sacudidos e quebrados. Se assim for necessário para que não nos apeguemos a idéia de que vasos servem para dar volume em prateleiras ao invés serem úteis ao seu Senhor. 

Jucilene Montagna

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